Sabe aquelas festas de família que você nunca ta a fim de ir porque sabe que a galera da sua geração não vai ta lá e você tem a certeza de que vai ter que ficar batendo aqueles papos clichês com suas tias de como vai a sua vida e como voe cresceu e como você era gorda e desajeitada quando você era menor? É o tipo de festa que você vai por obrigação familiar porque você sabe que não vai ter nada lá pra você. Fala sério você também né? Não me diga que só eu tenho que passar por isso!! Bom uma quantidade considerável de gente ainda tem a sorte de ter pais que não te dão à opção de ir ou não ir principalmente a um sábado a noite que você tem coisas mais interessantes a fazer do que ir a esse antro de fofoca da terceira idade. E se você não tiver é até mais preferível ficar em casa assistindo o tele cine ou o zorra total (que pra ser sincera é uma merda). Mas a outra quantidade de gente que restou (me incluindo nesse grupo) infelizmente não possui pais tão compreensivos assim e são obrigados a ir e mostrar presença:
“Ô minha filha família é família, nós temos que ir" e daí o papo se estende para o lado dramático de que a família são as únicas pessoas que sempre estarão ao seu lado e todo esse blá blá blá meloso. Nessas circunstâncias o melhor é fechar o bico se conformar e ir mesmo.
Em minha opinião os casamentos são os piores. Principalmente se sua família mora no interior e você é obrigado a se arrumar todo passar 1 hora na estrada chegar lá toda amassada pra absolutamente nada.
Nessas e outras que sábado passado fui obrigada a ir a uma dessas infelicidades que acontecem na vida de toda adolescente "sortuda".
Após de passar a manha inteira no salão me arrumando para o "tão esperado evento". Bom disso eu não reclamo. Como toda garota vaidosa da minha idade passar horas e horas no salão sempre é prazerosa e o melhor de tudo não sou eu que estou pagando. O que não é nada bom é ter a sensação de sair do salão como uma verdadeira diva e ter a certeza de que após de tantas horas se embelezando ninguém que vala a pena vai apreciar.
Pela tarde tem sempre aquela duvida cruel da roupa, mesmo sendo uma festa de família você tem que ir arrumadinha né? Ta bom que você no fundo sabe que não vai rolar nada pra você aquela noite, mas assim quem sabe você não da sorte de deus ta a seu favor essa noite e na família da noiva ter algum gatinho ou quem sabe talvez até mesmo um garçom bonitinho, parece desespero mais nessas festas realmente temos que apelar para tudo. Além do mais você não quer dar motivo pra nenhuma de suas tias fofoqueiras falarem de você. São aquelas mesmas que você faz a maior festa do mundo onde não está faltando absolutamente nada e ela ainda sai falando:
"'A não gostei da festa não. Eu pedi um suco de lima e não tinha! Como é possível que não tivessem um suco de lima pra me dar?"
E não me diga que não tem uma tia assim. Não é possível que só eu tenha que pagar pelos meus pecados passados. Bom após alguns longos minutos meditando optei pelo pretinho básico mesmo, afinal é bonito, emagrece e a festa nem ia ser lá essas chiquezas todas mesmo.
Cabelo, unha, maquiagem, roupa e sapatos postos hora de pisar na tábua e pegar o caminho da roça (literalmente falando). Após passar a viagem inteira se dormindo escorando no ombro do seu primo (aquele primo legalzinho que dá até pra bater um papinho) e uma hora e meia de viagem você apercebe que está chegando e como calculado seu cabelo já está bagunçado pelo vento, sua maquiagem borrada e sua cara inchada, pois você acabara de acordar. Você solta do carro e tenta melhorar o que pode colocar aquele sorriso falso no rosto e se joga as leoas (suas tias).
A coisa só começa a melhorar quando você é calorosamente recepcionada por sua tia inconveniente:
“Você veio minha filha? Ô você sempre foi gordinha né?” Pronto sua alto estima vai lá embaixo após um mês de dieta você ainda é obrigado a ouvir isso. Nunca pense que não pode ficar pior e não se esqueça isso é só o começo de uma longa noite que vem pela frente. Mas nessas horas você apenas sorri e segue em frente em busca de um lugar pra sentar na igreja. Casamentos sempre é um porre quase uma hora de falação pra um fim comum:
“Blá blá blá amar te respeitar-te até que a morte nos separe” sem contar o tempo que você tem que ficar de pé com a mão estirada abençoando os noivos os dedos sempre formiga no final. Por isso que eu não vou me casar. Pelo menos não assim. Terminada toda a cerimônia, e as lagrimas de crocodilo das suas tias que devem ta é chorando porque não vão perder o prazer de dizer por ai que você nunca ia desencalhar e no caso teriam o destino parecido com o delas e provavelmente quando terminar o casamento vai acabar dizendo que seu noivo não era bom o bastante e a família dele é desequilibrada você vai para a “animada recepção” com todos aqueles quitutes maravilhosos que você não quer nem conta porque está de dieta, mas mesmo assim pensa que é uma pena, pois a única coisa gostosa que se tem a fazer em momentos como esse é comer ainda mais quando você percebe que o seu primo gatinho que você sempre acaba se agarrando pelos cantos (escondida da família), sua única distração, não veio ou pior veio e com a namorada.
De qualquer jeito você vai pra tal recepção afinal que escolha você tem? Não tem pra onde fugir mesmo. Lá nem dançar você pode porque pra essas festas o dj parece ter sido escolhido por sua bisavó e ter saído da escoria da humanidade. Após passar alguns minutos analisando sua patética situação você perde todas as esperanças ao perceber que o único gatinho solteiro da festa é gay e o pior está acompanhado do gatão. O restos dos convidados se resumem a crianças correndo pelo salão, casais e velhos e suas tias num canto como de costume falando mal da vida alheia. Como você não ta nem um pouco a fim de brincar de pega a pega com as crianças nem se juntar com suas tias, pois afinal você sabe que vai acabar sobrando pra você ou muito menos dar em cima do gay acompanhado você vai recorre ao telefone pra buscar suporte de alguma amiga e contar todo seu drama, mas infelizmente seu plano fale quando você se da conta de que é um sábado à noite e suas amigas tem coisa melhor a fazer e devem estar em situações muito melhores que você uma hora dessas. Quando parece que nada pode ficar pior vem à temida hora de jogar o buquê e seu pai sempre dando uma de engraçadinho após umas biritinhas grita em alto e bom som:
“Vai minha filha, vê se desencalha” acompanhado dos risinhos de suas tias e suas primas invejosas acompanhadas que costumam a dizer por ai que você é uma devassa só por você sempre ter sido solteira e feliz. Mas o bom é entrar na brincadeira você já ta na merda mesmo o que mais fazer? Brincar de pegar o buquê. Mas como o esperado nem o buquê você consegue pegar porque uma desconhecida com alguns muitos quilos a mais se joga na sua frente parecendo uma sapa desesperada e dá uma grande gargalhada:
“A peguei! Agora eu desencalho”.
A claro. Daí você pensa. Podia ser pior você poderia ser essa sapa.
Depois dessa cena deplorável, você já esta um lixo, só te resta um ultimo consolo, o garçom passa com uma bandeja de champagne você olha pra o copo e percebe que é recíproco, os dois se apaixonam. É você já tem sua companhia pro resto da noite. Mesmo sabendo das grandes chances de você ficar de porre e ser alvo dos cruéis comentários da família. Melhor correr o risco afinal você sempre foi a ovelha negra da família mesmo.